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Mateus Silva diz que enfrenta desafios financeiros e infraestruturais para recuperar Caraguatatuba

Na última segunda-feira, o prefeito de Caraguatatuba, Mateus Silva, concedeu uma entrevista coletiva na Secretaria Municipal de Educação, destacando os grandes desafios que sua gestão enfrenta. A cidade, que segundo ele vivia uma realidade de caos na zeladoria, saúde e educação, encontra-se agora em um processo de recuperação e organização, com o objetivo de devolver à população um município mais estruturado e preparado para o futuro.


De acordo com Mateus Silva, desde a década de 90, Caraguatatuba não enfrentava um cenário de tamanha gravidade. A atual gestão herdou um município com um quadro alarmante: sucateamento da frota, desorganização nas finanças públicas, estruturas de saúde e educação deterioradas e o comprometimento do aprendizado das crianças.


Embora o ex-prefeito Aguilar Junior tenha anunciado a existência de R$ 84 milhões em caixa, a realidade era bem diferente, segundo o prefeito. Aproximadamente 90% desse montante estava comprometido com despesas obrigatórias, como recursos para a Procuradoria Fiscal, transferências especiais da União e leilão Verdemar, deixando apenas R$ 8,7 milhões disponíveis para a quitação de fornecedores.


Esse cenário de dificuldades é ainda mais agravado por uma dívida pública que ultrapassa os R$ 314 milhões, com empréstimos que comprometem as futuras gestões. De acordo com a Secretaria da Fazenda, Caraguatatuba já destinou R$ 69 milhões para pagar empréstimos neste ano e, até 2027, o valor que terá de ser pago pode ultrapassar os R$ 277 milhões, com algumas dívidas se estendendo até 2033. A atual gestão de Mateus Silva herdou um cenário fiscal que exige medidas urgentes e eficazes.


No setor de transporte, a gestão anterior aprovou um aumento substancial no subsídio pago à empresa de transporte coletivo, o que gerou um acréscimo de 35% nos gastos públicos, sem comprovação da existência de recursos suficientes para o reajuste. Esse contrato está sendo revisado pela Procuradoria do Município, que também investiga a qualidade do serviço prestado à comunidade.


O maior desafio, no entanto, está na zeladoria da cidade, que estava em colapso. A frota de veículos municipais estava sucateada, e a empresa responsável pela coleta de lixo, ‘FortNorte’, não conseguiu fornecer a quantidade de caminhões necessária para atender à demanda. A gestão atual não só recuperou parte da frota, como também contratou novos agentes para reforçar a limpeza urbana. Mesmo assim, a situação ainda exige esforços contínuos para resolver completamente o problema.


Na saúde, a cidade se encontra em uma situação crítica. A falta de medicamentos essenciais, a infraestrutura comprometida das unidades de saúde e a escassez de profissionais têm gerado longas filas de espera e prejuízos no atendimento à população. O caos na saúde também é refletido na gestão da Organização João Marchesi, contratada para administrar as unidades de saúde, que enfrentou problemas como a falta de documentação e o pagamento de valores sem comprovação adequada. Investigações estão em andamento para recuperar os valores pagos indevidamente, mas, até abril deste ano, o contrato com a organização ainda está vigente.


A educação de Caraguatatuba também foi gravemente afetada. A cidade foi inabilitada para receber recursos do Valor Aluno Ano Resultado (VAAR) em 2025, por não cumprir as exigências que visam reduzir as desigualdades educacionais. Isso representou uma perda de cerca de R$ 6 milhões, recursos essenciais para valorizar os profissionais da educação e melhorar a qualidade do ensino. Durante as vistorias nas escolas, foram encontrados problemas graves, como infestação de carrapatos, piolhos e pulgas. Além disso, a Secretaria de Educação enfrenta um déficit orçamentário de R$ 67,7 milhões e dívidas acumuladas de R$ 18,5 milhões.

 

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