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1º Fórum da Educação Étnico-Racial e Quilombola foi realizado em Caraguá

Caraguatatuba recebeu professores, educadores e profissionais da cultura locais e dos municípios de São Sebastião, Ilhabela e Ubatuba, para o “1º Fórum Étnico-Racial e Quilombola – Um olhar para a equidade racial nas Escolas Públicas do Litoral Norte de São Paulo”, realizado pela Diretoria Regional de Ensino, na sexta-feira (14), no auditório da antiga Faculdade Módulo, Centro.


O evento teve o objetivo de implementar a Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ) que visa fomentar ações e programas educacionais, voltados à superação das desigualdades étnico-raciais e do racismo nos ambientes de ensino, bem como à promoção da política educacional para a população quilombola.


O prefeito Mateus Silva deu boas-vindas e agradeceu aos participantes das quatro cidades do Litoral Norte por se reunirem para discutir políticas públicas para combater o racismo estrutural.


“Juntos, cada um com a sua potencialidade, podemos promover uma sociedade mais justa e completa e construir um futuro com menos desigualdade e preconceito”, disse o prefeito.


Os músicos e artistas Júlio e Débora D’Zambê (Projeto Dois Velhinhos pelo Mundo) e José Augusto da Conceição fizeram uma apresentação com instrumentos da cultura africana e fizeram contação de histórias para sensibilizar os presentes sobre o potencial e a responsabilidade de cada ser humano nessa transformação estrutural da sociedade.


O cineasta e professor Luiz Paiva em sua explanação chamou a atenção dos docentes para que pensem a educação na escola de forma diferente. “Utilizem a música e o cinema como meios de transmitir conhecimento e educar. Fujam do modelo do professor à frente, no quadro, e os alunos sentados na carteira, anotando. Promovam muitas atividades culturais dentro do espaço escolar”, defendeu.


O colega Rodrigo Pereira também defendeu o uso das artes nas escolas públicas e exemplificou as mostras de cinema e documentários nas cidades do Litoral Norte. “O cinema, o teatro e a dança são potentes e alcançam o cidadão de uma forma pessoal e transformadora”, afirmou.


Os cientistas sociais, Alessandra Laurindo e Thiago Rodrigues, explanaram sobre o que é letramento racial, práticas antirracistas, o que é lugar de fala e racismo estrutural, negligência racial no ambiente escolar, racismo institucional, a não existência do racismo reverso, expressões racistas que não devem ser usadas: “a coisa tá preta”; “inveja branca”; “mulata”, “doméstica”, “criado mudo”; “ter o pé na cozinha”, denegrir”, “cabelo ruim”, “índio”, “programa de índio”, etc.., dentre outros temas.


Na parte da tarde, representantes das secretarias municipais de Ilhabela, São Sebastião, Ubatuba e Caraguatatuba falaram sobre o andamento da Educação para Relações Étnico-Raciais (ERER) em seus municípios.


A organizadora do “1º Fórum Étnico-Racial e Quilombola – Um olhar para a equidade racial nas Escolas Públicas do Litoral Norte de São Paulo”, Ayla Camargo, socióloga e Professora Especialista em Currículo (PEC), da Diretoria de Ensino de Caraguatatuba, a frente do Desenvolvimento Curricular, das Ciências Humanas, disse que o encontro foi importante para o fortalecimento da união entre os educadores do Litoral Norte e também para que estes voltem o olhar para o território caiçara, formado pela miscigenação do povo preto e indígena.


“Se quisermos melhorar a qualidade do aprendizado em nossas escolas, temos que investir no letramento racial e na educação antirracista com políticas públicas que invistam nesses aspectos, pois a maioria da nossa população é preta e parda. A atenção deve ser em prol do desenvolvimento do nosso território caiçara”, concluiu.

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